Adolescência

No tempo em que era do ginásio foi sensacional. Os amigos, as descobertas, os jogos escolares, saudade. Nesse período costumava desenhar entre uma aula e outra. De vez em quando até em meio as explicações do professor, mesmo ciente do ato incorreto e que estava me prejudicando, mas corria o risco. Adorava desenhar, era um momento de relaxar a mente, como estar em outra atmosfera, não ligava se não estava escutando o professor falar, meus ouvidos pareciam tapar no momento em que desenhava, uma sensação indescritível. Nunca fui um rapaz esportista, mas todos da escola me conheciam pelos desenhos, cheguei até fazer sucesso com as garotas por ter desenvolvido um tipo de tatuagem provisória, era ótimo. Na época de halloween a professora de inglês costumava fazer um tipo de concurso entre turmas, e eu sempre ganhava, disputava até com os próprios colegas de classe, era muito legal. 

Ouve um dia em que estava assistindo aula de história, na verdade não, estava desenhando. Em quanto o professor falava eu simplesmente o desenhava, isso mesmo, fazia a caricatura do professor. O colega ao lado ficava me dando algumas cotoveladas, eu não estava nem ai, de qualquer forma estava olhando para ele, não para o que ele dizia e sim para as bochechas arredondadas. Por um estante acabei me distraindo com a finalização do desenho quando o professor surgiu por de trás, eu gelei tentando tapar a imagem com as mãos, mas não deu, ele me pegou. Ele com sua foz meu rouca disse "Deixa eu ver", pronto estou ferrado - pensei. Tirei as mãos do papel, muito sem graça. Os colegas ficaram aguardando o esporro. Ele pegou a folha de papel, observou sem dizer nada, caminhou até sua mesa e disse rindo: - Posso moldurar e por em minha sala? Que susto bom...

Quando comecei a namorar, tinha que ter dinheiro para tomar um sorvete com a gata, e como minha mesada não dava para nada, passei a desenhar por encomenda. Fui tomando gosto, percebi que podia ganhar dinheiro, então, fiz um curso de cartazista no Senac para prestar um serviço mais profissional. Como tinha o sonho de servir o quartel, quis estar mais preparado, ter uma profissão, e sabia que o de cartazista poderia tanto servir para área militar quanto para ganhar um qualquer nos tempos vagos. Não foi o que aconteceu. Não servi o quartel, tentei prestar até concursos, tanto para a área militar quanto para os bombeiros, e ficava sempre na reserva, não aconteceu.
Tudo bem... Passei a fazer faixas para lojas do bairro, ganhar um qualquer até conseguir um emprego de carteira assinada. 
Como gostava de desenhar, resolvi utilizar o material que tinha para uma nova empreitada, o de pintar quadros. Pintei vários quadros, tentei até vender nas feiras, mas não tive exito. 
O tempo passou, o emprego de carneira assinada não surgiu, e não podia perder a esperança ou deixar de sonhar. 




Caricaturas em lápis de cor.
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