Carnaval

Quando recebi o convite para desfilar no carnaval fiquei super empolgado e ansioso porque não seria num setor qualquer. Por dois anos participei da comissão de frente do Grêmio Recreativo Escola de Samba União de Jacarepaguá, onde pude aprender um pouco deste universo criativo.

Com o aprendizado pude aceitar o convite para ser coreográfico de comissão de frente do Grêmio Recreativo Escola Unidos do Anil e no ano seguinte passei a ser da comissão de carnaval com participação do enredo Glória Perez, A mensageira da Paz. 

Este enredo me fez crescer como pessoa porque conheci mães que perderam seus filhos e mesmo tendo que lidar com a dor de suas perdas não deixaram de sorrir e principalmente de lutar por seus objetivos e sonhos.
Comissão de Carnaval e Co-Autor do Enredo
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Evento

Aos 21 anos passei a fazer figurações e atuar como elenco de apoio em algumas novelas e minisséries, funções que davam para tirar uma grana. 

Em paralelo a estes trabalhos comecei a produzir o VERÃO FASHION, um evento que reuniu jovens talentosos de vários sub-bairros com o propósito de isentiva-lós a expor seus talentos. Em meio a dificuldades por falta de patrocinadores consegui por o projeto em pratica no espaço pertencente a Igreja Católica do Tanque em Jacarepaguá. 

O evento foi um sucesso, não pela concretização, mas pelo fato de poder reunir sonhos em um só lugar e juntos sentirmos o gostinho da realização. 




Verão Fashion 2002 e Show de Celso Lira
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Século XX

Aos vinte anos continuava fazendo alguns cursinhos, distribuindo currículos, mas nada de emprego. Volta e meia ocorria uma discussão entre eu e meu pai, toda semana. Cheguei até ir de loja em loja e nada. Foi um momento muito complicado, pensava em várias coisas, não conseguia compreender porque não conseguia, olha que eu estava disposto a fazer qualquer coisa. 

Os meses passaram até que vi um curso de modelo e manequim no jornal, resolvi fazer e ver no que daria. Dias depois comecei a fazer uns concursos de moda, figuração e foi ai que um novo sonho nasceu. Sai do curso de modelo e comecei a estudar na escola de teatro Martins Penna, senti que algo estava mudando em mim. Engraçado até... Em poucas semanas de curso não parecia sentir vergonha de expor o que pensava, estava me sentindo seguro e confiante, incrível. 

O curso de teatro estava sendo ótimo para mim, minha criatividade aumentou, passei a ser mais confiante e firme nas decisões, mas sentia que faltava algo. Toda fez que fazia as leituras dos textos para o desenvolvimento do personagem sentia algumas dificuldades na compreensão do mesmo. 

No dia seguinte peguei algumas folhas e comecei a escrever sem parar. A história surgia naturalmente, os personagens, os acontecimentos, o roteiro, foi incrível. Em dois dias escrevi dezenas de folhas e uma obra teatral. Comecei a ler a história quando foi interrompido pelo meu pai que chegou da rua com uma caixa e disse: "Não posso lhe dar um computador mais posso lhe dar uma máquina de escrever". Abri a caixa super empolgado e a máquina era show, simples, moderna, e o melhor portátil. No mesmo dia comecei a datilografar, passando a obra teatral a limpo, e no fim da revisão nasceu o título Lapso da Vida, minha primeira obra. 

Nesse instante compreendi que não podia parar de persistir em meus sonhos.




Minha máquina de escrever.
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